Bienvenidos Compañeros!

Depois de tanto tempo eu voltei, mas só voltei porque hoje senti vergonha e precisava compartilha-la com vocês, mesmo que ninguém leia.


Hoje senti vergonha, e olha que eu sou uma pessoa muito bem resolvida, mas hoje não deu, senti vergonha!

Moro em um país onde o dinheiro é mais importante do que vida, onde se burlam leis para proveito próprio, onde adolescentes de 15 anos não sabem ler e escrever, onde a educação é por números e não por qualidade, onde os leitos de hospitais são os corredores, onde os "médicos" que fazem juramento de salvar nossas vidas priorizam trabalhar em locais onde o dinheiro é mais importante (primeiro item da nossa lista). Meu país precisa de muitos remendos, aliais, chega de tapar buraco, precisamos de soluções concretas para nossos problemas, mas se eu fosse listar nossas mazelas dedicaria o blog a isso. 

Mas o meu país está mudando, está prezando as vidas e não mais as vantagens que o poder pode dar. Claro, a passos curtos, afinal a nossa democracia é recente e um passo mais cumprido pode fazer o gigante acordar, ai ele com sono é manipulado e pisa em tudo o que foi construído, já vimos essa história, bem recentemente. 

Os passos são curtos, mas concretos. O meu país hoje é querido lá fora, todos nos querem, temos dinheiro! Mas aqui dentro temos a síndrome do Vira Lata, está tudo ruim. Pelo menos é isso que querem que acreditemos. Hoje no meu país crianças não morrem mais de fome, pais e mães não veem mais os filhos morrerem de fome, pessoas que não tinham oportunidades hoje podem se formar no nível superior. Enfim, poderia também apontar aqui todas as vitórias do meu país, mas também demandaria um bom espaço do blog. 

Voltemos a vergonha... 



Um dos desejos da sociedade que foi as ruas era "melhores condições na saúde pública" e prontamente o meu país atendeu a esse pedido. Fez um projeto de emergência dando oportunidade de emprego com salário alto e benefícios para os "médicos" que tão honradamente se formaram em faculdades públicas ou bancaram altas mensalidades para jurarem salvar vidas ("desde que eu possa escolher quais vidas salvar..."). Mas espera, "com 10 mil reais por mês eu não pago o investimento que meu pai (papai) fez na minha carreira, ou com 10 mil reais por mês eu não pago o investimento que fiz na faculdade pública (oi?!?!)".

Ai vamos as ruas contra esse projeto, deixamos os postos de trabalho e os pacientes sem atendimento ("nosso direito é válido")!

O governo não arreda o pé e mantem o projeto, conclusão: 10% das vagas são preenchidas pelos nossos honrados "médicos". "Trabalhar onde o povo precisa? Esqueceu que sou eu quem escolhe os meus pacientes? Não dá pitaco na minha vida profissional, meu papai disse para não me misturar com a gentalha!"

O que fazer agora que as vagas não foram preenchidas?! Chamemos quem quer trabalhar, quem temos bom relacionamento diplomático: Os cubanos!
"Povo feio. Mulheres com cara de empregada doméstica. Vamos vaiá-los? Meu papai disse que isso vai fazer com que a sociedade nos dê razão!"



Engano seu, senhor reacionário de jaleco. O meu país está caminhando, esqueceu? O povo está começando a entender como as coisas funcionam, aceitando mais o social, e o capital, mesmo embora seja um dos pecados, hoje, pelo menos HOJE, não importa!

Companheiros cubanos, hoje eu me envergonho por dizer que sou brasileira, mas ao mesmo tempo me orgulho da grande maioria dos brasileiros que defendem a permanência de vocês no nosso território, que agradece por levar esperança onde o "santo de casa" não teve a capacidade de ir. 

SEJAM BEM VINDOS e que Little Rock nunca mais aconteça, nunca mais!


Perdão por meu país ser tão imaturo, mas acredite, um dia exerceremos nossas funções por amor e não por dinheiro. Quem sabe não são vocês que vão nos ensinar?!





"Little Rock, Estados Unidos, 1957. Estudante Elizabeth Eckford chega para o seu primeiro dia de aula numa escola sem separação racial. Precisou de reforço policial para conseguir entrar.


Fortaleza, Brasil, 2013. Médicos brasileiros brancos e bem nascidos fazem um corredor para vaiar seus colegas cubanos, muitos deles negros, que vieram ao país contratados para atuar em regiões carentes para as quais os brasileiros não querem ir."

Bienvenidos Compañeros!

Depois de tanto tempo eu voltei, mas só voltei porque hoje senti vergonha e precisava compartilha-la com vocês, mesmo que ninguém leia.


Hoje senti vergonha, e olha que eu sou uma pessoa muito bem resolvida, mas hoje não deu, senti vergonha!

Moro em um país onde o dinheiro é mais importante do que vida, onde se burlam leis para proveito próprio, onde adolescentes de 15 anos não sabem ler e escrever, onde a educação é por números e não por qualidade, onde os leitos de hospitais são os corredores, onde os "médicos" que fazem juramento de salvar nossas vidas priorizam trabalhar em locais onde o dinheiro é mais importante (primeiro item da nossa lista). Meu país precisa de muitos remendos, aliais, chega de tapar buraco, precisamos de soluções concretas para nossos problemas, mas se eu fosse listar nossas mazelas dedicaria o blog a isso. 

Mas o meu país está mudando, está prezando as vidas e não mais as vantagens que o poder pode dar. Claro, a passos curtos, afinal a nossa democracia é recente e um passo mais cumprido pode fazer o gigante acordar, ai ele com sono é manipulado e pisa em tudo o que foi construído, já vimos essa história, bem recentemente. 

Os passos são curtos, mas concretos. O meu país hoje é querido lá fora, todos nos querem, temos dinheiro! Mas aqui dentro temos a síndrome do Vira Lata, está tudo ruim. Pelo menos é isso que querem que acreditemos. Hoje no meu país crianças não morrem mais de fome, pais e mães não veem mais os filhos morrerem de fome, pessoas que não tinham oportunidades hoje podem se formar no nível superior. Enfim, poderia também apontar aqui todas as vitórias do meu país, mas também demandaria um bom espaço do blog. 

Voltemos a vergonha... 



Um dos desejos da sociedade que foi as ruas era "melhores condições na saúde pública" e prontamente o meu país atendeu a esse pedido. Fez um projeto de emergência dando oportunidade de emprego com salário alto e benefícios para os "médicos" que tão honradamente se formaram em faculdades públicas ou bancaram altas mensalidades para jurarem salvar vidas ("desde que eu possa escolher quais vidas salvar..."). Mas espera, "com 10 mil reais por mês eu não pago o investimento que meu pai (papai) fez na minha carreira, ou com 10 mil reais por mês eu não pago o investimento que fiz na faculdade pública (oi?!?!)".

Ai vamos as ruas contra esse projeto, deixamos os postos de trabalho e os pacientes sem atendimento ("nosso direito é válido")!

O governo não arreda o pé e mantem o projeto, conclusão: 10% das vagas são preenchidas pelos nossos honrados "médicos". "Trabalhar onde o povo precisa? Esqueceu que sou eu quem escolhe os meus pacientes? Não dá pitaco na minha vida profissional, meu papai disse para não me misturar com a gentalha!"

O que fazer agora que as vagas não foram preenchidas?! Chamemos quem quer trabalhar, quem temos bom relacionamento diplomático: Os cubanos!
"Povo feio. Mulheres com cara de empregada doméstica. Vamos vaiá-los? Meu papai disse que isso vai fazer com que a sociedade nos dê razão!"



Engano seu, senhor reacionário de jaleco. O meu país está caminhando, esqueceu? O povo está começando a entender como as coisas funcionam, aceitando mais o social, e o capital, mesmo embora seja um dos pecados, hoje, pelo menos HOJE, não importa!

Companheiros cubanos, hoje eu me envergonho por dizer que sou brasileira, mas ao mesmo tempo me orgulho da grande maioria dos brasileiros que defendem a permanência de vocês no nosso território, que agradece por levar esperança onde o "santo de casa" não teve a capacidade de ir. 

SEJAM BEM VINDOS e que Little Rock nunca mais aconteça, nunca mais!


Perdão por meu país ser tão imaturo, mas acredite, um dia exerceremos nossas funções por amor e não por dinheiro. Quem sabe não são vocês que vão nos ensinar?!





"Little Rock, Estados Unidos, 1957. Estudante Elizabeth Eckford chega para o seu primeiro dia de aula numa escola sem separação racial. Precisou de reforço policial para conseguir entrar.


Fortaleza, Brasil, 2013. Médicos brasileiros brancos e bem nascidos fazem um corredor para vaiar seus colegas cubanos, muitos deles negros, que vieram ao país contratados para atuar em regiões carentes para as quais os brasileiros não querem ir."

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