Mais um dia comum


Hoje acordei com febre, tomei um remédio, peguei meus livros e fui para estação de trem para mais um dia de aula. Seria um dia comum.
Chegando lá, às 9:00, fiquei esperando o trem sair da plataforma durante 20 minutos, e a voz do além da estação dizia "Que os trens da linha Rubi estão trafegando em velocidade baixa e maior tempo de parada nas estações devido a problemas na via (ora era devido ao trem quebrado). Isso não foge de tantos dias comuns.
No percurso de Pirituba (estação que eu embarco, sentido Francisco Morato) até a Vila Clarice o trem foi lento, quase parando, quando ele parou na Vila Clarice pude ver o tal trem "com defeito" parado na plataforma ao lado, e ambos os trens (sentido Luz e sentido Morato) trafegavam no mesmo trilho. Percebi que tinha gente dentro do trem e vi algumas saindo apressadas e assustadas, mas entendi essa cena como o cidadão que não quer/pode chegar atrasado no serviço, seria só mais uma cena comum.
Achei curioso um trem dar "defeito" bem naquele horário, mas não encuquei. No percurso minha febre aumentou e eu decidi pegar o caminho de volta para casa e curar essa gripe chata que está tentando me pegar (já disse para ela que não a quero na minha vida, mas ela é insistente!). Quando embarquei no trem para voltar para casa pude perceber que as pessoas estavam comentando sobre um acidente que havia acontecido na Vila Clarice, um choque de dois trens, até aquele momento diziam que 7 pessoas estariam feridas, e a CPTM insistindo em dizer que por motivo de pane, defeito, problemas na via... Enfim. Voltei ouvindo rádio e quando o trem passou novamente na Vila Clarice pude perceber que agora havia equipe de resgate e muitas pessoas eram atendidas na plataforma. As duas composições ainda estavam uma encostada na outra, mas mesmo assim dava para ver o estrago no vagão. As pessoas olhavam para a cena como se aquilo fosse comum.
Não foi uma cena feliz, longe disso. Quando cheguei em casa, assistindo ao noticiário soube que 38 pessoas se feriram, 2 com maior gravidade. Apenas um acidente comum.
De quem é a culpa? De todos e de ninguém ao mesmo tempo. A culpa vem lá de cima, quando nos obrigam a pagar R$3,00 para um meio de transporte indigno e perigoso, superlotado, sujo... Claro que agora irão culpar a funcionária da CPTM, mas quem conhece o mínimo sobre locomotivas e trens sabe que não é só puxar o freio de mão e ela para, se ela estava trafegando naquela via foi por que alguém deu o sinal verde de que ela estaria livre. Podem demiti-la, ela é apenas uma funcionária comum.
Não nos cabe julgar o certo ou o errado, cabe cobrarmos o nosso direito de ir e vir em segurança, o que seria comum.
E sim, a gente só se dá conta desses pequenos detalhes quando acontece ao nosso lado, ou quando o perigo passa perto, na distância de 10 minutos... E isso não deveria ser nada comum.

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Mais um dia comum


Hoje acordei com febre, tomei um remédio, peguei meus livros e fui para estação de trem para mais um dia de aula. Seria um dia comum.
Chegando lá, às 9:00, fiquei esperando o trem sair da plataforma durante 20 minutos, e a voz do além da estação dizia "Que os trens da linha Rubi estão trafegando em velocidade baixa e maior tempo de parada nas estações devido a problemas na via (ora era devido ao trem quebrado). Isso não foge de tantos dias comuns.
No percurso de Pirituba (estação que eu embarco, sentido Francisco Morato) até a Vila Clarice o trem foi lento, quase parando, quando ele parou na Vila Clarice pude ver o tal trem "com defeito" parado na plataforma ao lado, e ambos os trens (sentido Luz e sentido Morato) trafegavam no mesmo trilho. Percebi que tinha gente dentro do trem e vi algumas saindo apressadas e assustadas, mas entendi essa cena como o cidadão que não quer/pode chegar atrasado no serviço, seria só mais uma cena comum.
Achei curioso um trem dar "defeito" bem naquele horário, mas não encuquei. No percurso minha febre aumentou e eu decidi pegar o caminho de volta para casa e curar essa gripe chata que está tentando me pegar (já disse para ela que não a quero na minha vida, mas ela é insistente!). Quando embarquei no trem para voltar para casa pude perceber que as pessoas estavam comentando sobre um acidente que havia acontecido na Vila Clarice, um choque de dois trens, até aquele momento diziam que 7 pessoas estariam feridas, e a CPTM insistindo em dizer que por motivo de pane, defeito, problemas na via... Enfim. Voltei ouvindo rádio e quando o trem passou novamente na Vila Clarice pude perceber que agora havia equipe de resgate e muitas pessoas eram atendidas na plataforma. As duas composições ainda estavam uma encostada na outra, mas mesmo assim dava para ver o estrago no vagão. As pessoas olhavam para a cena como se aquilo fosse comum.
Não foi uma cena feliz, longe disso. Quando cheguei em casa, assistindo ao noticiário soube que 38 pessoas se feriram, 2 com maior gravidade. Apenas um acidente comum.
De quem é a culpa? De todos e de ninguém ao mesmo tempo. A culpa vem lá de cima, quando nos obrigam a pagar R$3,00 para um meio de transporte indigno e perigoso, superlotado, sujo... Claro que agora irão culpar a funcionária da CPTM, mas quem conhece o mínimo sobre locomotivas e trens sabe que não é só puxar o freio de mão e ela para, se ela estava trafegando naquela via foi por que alguém deu o sinal verde de que ela estaria livre. Podem demiti-la, ela é apenas uma funcionária comum.
Não nos cabe julgar o certo ou o errado, cabe cobrarmos o nosso direito de ir e vir em segurança, o que seria comum.
E sim, a gente só se dá conta desses pequenos detalhes quando acontece ao nosso lado, ou quando o perigo passa perto, na distância de 10 minutos... E isso não deveria ser nada comum.

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