Adoro futebol, afinal nasci em um lar de
homens loucos por futebol. Corinthiana chata e orgulhosa, daquela que vai ao
estádio e fala palavrão (não me orgulho disso, mas você já foi ao estádio?). Lá
em casa não gostamos só do nosso clube, somos amantes do futebol.
Quando o Brasil foi escolhido para ser a sede da Copa do mundo eu vibrei
e até fiz planos de assistir no estádio a pelo menos um dos jogos do mundial, e
quando o preço dos ingressos foram divulgados decidi assistir os jogos da
poltrona aqui de casa mesmo, não necessariamente pelo valor que seria justo,
mas na atual situação de “vida nova” fiquei impossibilitada. Minha torcida não
seria menor por isso.
Não fiz
coro contra a Copa, em momento nenhum. Quando os grandes slogans “Imagina na
Copa” e “É esse o país da Copa” começaram a pipocar nas redes sociais percebi
que era só mais um coro inútil e fiz chacota com eles (e como!), assim como as
manifestações contra o Mundial que pipocavam nas ruas. Vou confessar, estava
temerosa com o que poderia ser dito do nosso país, principalmente por conta do
momento político que estamos vivendo, mas sabia que aquela seria a Copa das
Copas. Não podíamos falhar. Juntos, fizemos toques, lançamentos, defesas espetaculares
e toques de letra. Mas tivemos bolas foras e a pior delas foi o insulto
vergonhoso perante o mundo todo que fizeram contra a nossa Chefe da nação,
aquela que sempre acreditou e seguiu com o mantra de que seria essa a Copa da Copa.
A presidente Dilma, naquele palanque, não só representava a figura
administrativa da nação, ela era uma torcedora que assistia aflita ao lado da
sua filha o desempenho da Seleção, esqueceram que ela é uma mulher, e sofreu
demais para permitir a liberdade de expressão, que nesse caso se voltou contra
ela. No instante em que os insultos tomaram conta da Arena Corinthians eu tomei
as dores e parti em defesa, comprei briga com “intelectuais” da grande mídia,
me senti no dever de alertar com relação ao ato deplorável e vergonhoso que
vinha da área VIP do estádio, local onde os “intelectuais” guardavam seus
postos comprados (R$ 900,00) ou presenteados. E fui ofendida, tanto quanto a
presidente. Mas resisti, com chacotas (sou boa nisso). Devolvia a ofensa com
humor, e na mesma medida das ofensas vieram elogios e incentivos pela minha “coragem”.
Me senti bem, e sabia que a redenção viria em breve, e de fato ela veio. Hoje 03
de julho de 2014 um dos órgãos de pesquisa revelou resultados de uma pesquisa
sobre intenção de voto, avaliação do governo, aceitação da Copa e qual a
opinião sobre os insultos contra a Presidente e esse último apontou que 76% da
população considerou VERGONHOSO! E os outros 24? Lembrem-se, temos a ala VIP no
nosso país!
A Copa está
provando o potencial do Brasil ao mundo, mas principalmente está provando ao
brasileiro que somos sim tão capazes quanto o resto do mundo. Não somos só
capazes com uma bola no pé. Temos o potencial de promovermos uma linda festa
verde e amarela, voltar os olhos do mundo para nós e fazermos sim A COPA DAS
COPAS. Acredito que a nossa síndrome do Vira-lata será erradicada depois do dia
13 de julho, fomos vacinados. Duvida? Com esse problema resolvido podemos nos
dedicar a outros que assolam a nossa sociedade, como por exemplo: o desconhecimento de que o Brasil possui
outros partidos políticos além do PT; Que o nosso sistema governamental se
divide em três poderes (legislativo, executivo e judiciário) e cada um deles
possui as suas próprias demandas e responsabilidades; Que “Eu resolvo na urna”
e votar nulo não resolve nada; Que ler e abrir a mente para novas idéias lhe
deixará mais propício ao diálogo e entendimento; e insultar ou usar o CAPS LOCK
quando não houver argumento não vale de argumento.
E a nossa
mídia? Ontem incentivava os slogans pessimistas. Hoje ela faz matérias
mostrando que os torcedores se renderam ao Mundial. Que hoje a aceitação da
Copa é maior e nos orgulhamos dessa festa. Os torcedores estão arrependidos?
Sei!
Como eu
disse no começo desse texto eu amo futebol e chorei e sofri demais no jogo
contra o Chile, mas como sou corinthiana (se não for sofrido, não é
Corinthians) estou acostumada com o sofrimento, mas amanhã (04 de julho) contra
a Colômbia poderia ser um pouco mais tranquilo, vamos guardar nosso sofrimento,
afinal a Argentina está na mira. Independente do resultado continuarei brasileira,
me orgulhando dessa Pátria mãe gentil, que recebeu o mundo todo e aos pouco (eu
acredito) está começando a se receber, se aceitar. Continuarei defendendo o que
acredito, e comprando brigas, mesmo que virtuais, pelo que considero correto.
Não baixarei minha guarda! Tenho exemplos dignos que não abaixam a cabeça e nem
se abalam diante de um do ódio irracional de um estádio lotado.
E por fim, lhe
convido a assistir esse belíssimo depoimento do ator José de Abreu para mãe da
Paula, avó do Gabriel, Dilma Rousseff!
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